sexta-feira, 24 de abril de 2015



Homo-Primata


Como es descartável ser humano,

és validado por um fulano, que diz ser mano,

mas estima o ganho.

Es útil enquanto serves, por pouco prescreves.

Es tão frágil que apodrece,

assim com' os vermes.

Menos valia, es tu, homo primata mercantil.

Cumpre o seu dever civil

e torna-se pré senil.

Danielle Ronald de Carvalho




quinta-feira, 23 de abril de 2015

Escapismo

Na travessia solitária,

andarilho o meio percurso,

por entre elipses de estrada,

de natureza vaga.

Queria eu poder andarilhar,

por entre as estradas de tijolos amarelos,

flertar uma carona com OZ,

e plainar nas esmeraldas.

Sentir a atmosfera doce e repousada,

em nuvens de algodão,

grão a grão

em doce ilusão.

Danielle Ronald de Carvalho





Bahia de Todos os Santos


(Poema escrito em Salvador em 2014, hoje dedicado in memoriam do meu avô Hélio Pólvora)



Mar aberto e vasto,

Imensidão azul,

Te contemplo nesta melancolia,

cotidiana.

Recebida de braços abertos,

Em um enlace tupiniquim,

Tua calmaria entre águas revoltas,

Encanta-me.

Por entre ondas agitadas,

Fico aqui a te admirar,

E observo,

As chegas e partidas dos constantes cargueiros.

Neste dia de ceú nublado,

Tudo é transitório.

Danielle Ronald de Carvalho






Membros fantasmas



A dor acontece, no silêncio

árido de um átrio qualquer.

Exilada de outrem.

Por horas amputada,

entre membros fantasmas,

Desta louca jornada,


chamada vida.


Danielle Ronald de Carvalho






Discurso




Me rebelei contra as palavras.

Cortei as assas do discurso.

De promessas me recuso.

De ação concreta,

te faço uso.

Vivo no presente,

semente do indicativo.

O futuro é nocivo.

Viva o agora!

Simbora já!


Danielle Ronald de Carvalho

sexta-feira, 17 de abril de 2015


Caro senhor,


Tantas lagrimas derramadas ao relento.

-Não entendo o que queres de mim senhor?

-Se fostes a minh' alma plena,

entendas, que já abdiquei dela faz tempo.

-Busquei entregá-la a sentimentos sinceros,

que dê certos, só extraí o discurso.

-Recuso a acreditar que a materialidade,

possa, sobrepor ao amor

e pôr o individualismo ao primor.


Danielle Ronald de Carvalho